Está em cartaz no Musée D’Orsay até o fim de janeiro de
2013 a exposição O Impressionismo e a Moda. O museu já vale a visita, considero
um dos mais belos museus de Paris. O local era uma antiga estação de trem que
foi transformada para a exposição universal de 1900. De frente para o Sena e
para o Jardin des Tuileries, o museu
criou uma cenografia toda especial para abrigar a exposição de como o
impressionismo registrou a moda.
Nenhuma expo até agora tinha abordado a história entre
o impressionismo e a moda. A moda nos
tempo dos impressionistas estava em pleno período de revolução industrial. Tudo
mudava muito rápido, a modernidade chegava aos automóveis, os apartamentos
mudavam de estilo e a moda se cobria de detalhes, babados e cores – um grande
delírio de possibilidades – as pessoas começavam a ter um poder de compras
maior e as classes sociais ficavam menos marcadas porque era a época de
transições constantes de monarquia à republica, além de estar mais acessível
graças aos “grands magasins” como o Bon Marche, La Samaritaine e Printemps que
ofereciam cada vez mais produtos de prêt-a-porter com uma variedade enorme e
ainda tinham o papel de difundir o que
estava em voga no momento e acabavam por facilitar e modernizar a moda da
época.
O século dos impressionistas que amavam as mulheres foi
a época da moda e a sua modernidade. A
parisiense era a ícone desse amor e se tornou uma personagem emblemática
que trazia o fenômeno da moda. Os
impressionistas estavam lá para registrar, testemunhar e imortalizar os modelos,
os estilos e os tecidos.
A frase de Beaudelaire, presente na expo, diz que “a
Parisiense não está na moda, ela é a moda”. Pode parecer um pouco pretensiosa,
ao mesmo tempo, traduz uma atitude em relação ao mundo, ao modo de se vestir, à
moda e de saber misturar tudo nos momentos certos. De Renoir a Manet, de Monet
a Degas, os grandes nomes do impressionismo imortalizaram tecidos, cores e os
códigos de vestimentas de uma época: robe
de matin, desabiller, robe de ville, robe de bal ou robe de jardin.
O objetivo desses artistas era retratar instantâneos
do dia-a-dia tanto na cidade como no campo. Como se os personagens não soubessem que
estavam sendo pintados estavam à vontade em cenas cotidianas. Havia movimento
em cada detalhe e a moda estava inserida nesse contexto da época e de
modernidade. A percepção do tecido de uma pintura impressionista através de do
jogo de luz é inacreditável! Podemos perceber se o tecido do vestido é de
musseline, de seda ou um simples algodão.
Uma viagem nos tempo para os amantes da moda e do
impressionismo. A exposição também conta com uma cenografia maravilhosa que
compõe os vários ambientes e temas das telas. Uma exposição imperdível que de
Paris ainda vai viajar para NY e Chicago em 2013.
Ola Dafne,
ResponderExcluirvocê consegue me falar quem pintou a primeira obra que aparece na matéria (mulher de vestido preto olhando para tras), estou precisando para um trabalho da faculdade mas não consigo encontrar.
Desde já obrigado.
se puder responder em laracguarnieri@gmail.com