terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Canada Goose: o "doudoune" cool

Outra marca que apareceu neste inverno em Paris foi a Canada Goose, com um conceito completamente diferente da Moncler, a Canada Goose, mantém as formas e linhas clássicas e bem mais sóbrias. Seu foco é muito mais pratico e funcional do que fashion, mas caiu no gosto dos que são “branchés”. A marca foi criada há mais de 50 anos e foi nas temperaturas extremas do planeta que ganhou a sua fama e conquistou a sua reputação. A marca – que no início se chamava Snow Goose - começou com uma modesta produção de casacos e camisas de lã criados em um pequeno armazém em Toronto. A marca cresceu e se desenvolveu, hoje é reconhecida internacionalmente como uma das maiores fabricantes de casacos para temperaturas extremas de frio no mundo! A produção continua sendo feita – em casa - no Canadá, é claro, porque eles acreditam que ninguém pode fazer melhor. A Canada Goose está igualmente em casa, quando fala das estações de pesquisa do clima no frígido Polo Sul, no Alaska, na subida do Monte Everest ou até mesmo num dos maiores centros de moda como Paris.  A ultima coleção de 2011 se chama Special Collection e tem algumas peças ícones da Canada Goose para quem quer um pouco mais de estilo além da funcionalidade. Aqui os casacos são encontrados no Le Bon Marché e na Galeries Lafayette.
www.canada-goose.com








domingo, 26 de fevereiro de 2012

Moncler: o "doudoune" fashion

Não há duvidas que a Moncler e os seus “doudounes” – aqueles casacos quentes e fofos – são nossos objetos de desejo em um inverno rigoroso como tivemos esse ano. A Moncler conseguiu transformar um casaco esportivo com material sintético em um ícone fashion através dos seus modelos, detalhes, cortes, cores, muito estilo e criatividade.

A marca que nasceu francesa em 1952, perto de uma pequena cidade nas montanhas próxima a Grenoble, chamada Monastier-de-Clermont, de onde vem o seu nome Moncler. Ela tinha o objetivo de aquecer o pessoal que trabalhava na região. Muito rápido a marca passou para as pistas de esqui e os esportes de inverno. Foi o campeão Lionel Terray que lançou a moda do doudoune Moncler em 3 grandes expedições que fez ao Alaska e também graças aos Jogos Olímpicos de Inverno de Grenoble em 1968, quando a Moncler foi a fornecedora oficial da equipe francesa de esqui.

A marca sempre foi inovadora e procurou um criar uma vestimenta cada vez mais leve, com estilo e tecnologia sem perder a sua funcionalidade. Na década de 80 a sua fama atravessou os Alpes e o Oceano e chegou até a Itália e o Japão. A Moncler conquistou os centros urbanos com a colaboração de Chantal Thomas que até 1989 que introduziu botões no lugar de fechos éclairs, colocou pele nas bordas com seda e tecidos reversíveis.

Em 1994 a marca foi comprada por um grupo italiano e, logo depois, em 2003, recomprada pelo seu diretor artístico, o italiano Remo Ruffini, que deu uma nova dimensão à marca. Ele criou novas linhas como a Gamme Rouge – a haute couture sob o comando de Giambatista Valli e a Gamme Bleu para os homens lançada em 2009, onde o estilista Thom Browne conjuga a alta costura e esporte. Além de muitas colaborações com marcas de luxo como Balenciaga, Fendi, Comme des Garçons, Nicolas Ghesquières.

Atemporal o célebe “doudoune” Moncler é um ícone incontestável da moda de inverno atual. Ao longo da história da marca, ele mudou de forma e de cores, mas sempre esteve fiel a ele mesmo, principalmente, à sua qualidade.

http://wads.puretrend.com/imppix/i8982/c10650/p20/po35/cam0/cm1/cid1/r5461618
www.moncler.com









sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Silencio by David Lynch

Silencio, um lugar secreto e um pouco misterioso. O diretor americano David Lynch inaugurou no fim de 2011 o seu nightclub em Paris, uma homenagem ao seu filme Mulholland Drive de 2001. Lynch ama Paris e vem regularmente trabalhar no seu atelier em Montparnasse. Mas queria criar um club privê como nenhum outro. Silencio é a realização da imaginação de David Lynch para uma experiência única. 

A porta de entrada é preta e sem nenhuma indicação do que acontece por ali. Descemos até o segundo subsolo para entrar em uma fila de caves com tapetes com folhas douradas. Os ambientes se sucedem sobre 700m2. Passamos por uma biblioteca-livraria até um bar dourado, onde descobrimos as antigas estruturas metálicas Eiffel. Depois vemos a área de shows - o palco – contornada com um arco preto e dourado e a pista de dança. Nos imaginamos em um décor de um filme de Hollywood. Logo em seguida, a sala de projeção com 24 lugares e poltronas ergométricas também idealizadas por Lynch. O fumoir preenchido com hastes verticais iluminadas por fibras óticas e para terminar, uma grande sala de água com jogo de espelhos que fecha o circuito. Todos os elementos de decoração, em particular o mobiliário, foram idealizados por Lynch e editados por Domeau & Pérès: formas geométricas e cores suaves para as poltronas e uma iluminação bem cool.

Como o próprio nome diz, para entrar no club privê de 18h às 23h precisa ser um sócio ou um convidado especial. Os membros do clube pertencem a “comunidade criativa parisiense” (afff....) e podem ver um filme, assistir um show particular ou até uma performance. A partir das 23 horas, o público - selecionado na porta – vem tomar um drink, beliscar alguma coisa e dançar entre os 300 clubbers privilegiados. O cartão de sócio custa 125 euros por mês, que são 1500 euros por ano, para te permitir a entrada e ainda passar por um crivo de aprovação de sócio.

Silencio. 142, rue Montmartre 75002

Detalhe: esse endereço é mítico em Paris. O local é recheado de história, era ali que eram impressos os mais influentes jornais de esquerda da França, como o L’Humanité e o L’Aurore. Foi ali que Emile Zola imprimia os seus artigos, inclusive o tão famoso “J’accuse”, em 1898 e que o político socialista francês Jean Jaurès foi assassinado justamente do outro lado da rua em 1914. Dizem que o célebre dramaturgo francês do século 17, Molière, também teria sido enterrado ali









segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Expo Doisneau: Les Halles

3h da manhã : é a hora que Doisneau acordava para ir ao mercado Les Halles para registrar um sorriso malicioso de um feirante curioso, o lugar cuidadosamente arrumado do vendedor de flores ou até o açougueiro barulhento. O resultado desse trabalho está na Expo Paris Les Halles, realizado pelo fotógrafo Robert Doisneau a partir dos anos 30 em pleno coração de Paris.

A prefeitura de Paris organiza essa mostra aproveitando a grande revitalização do bairro Les Halles, que se degradou ao longo de 40 anos. Robert Doisneau e Les Halles têm uma história em comum. Construídos em 1866 os pavilhões do arquiteto francês Victor Baltard acolheram o mercado Les Halles de Paris e sua intensa atividade de trocas e comércio. No meio do século XX, cinco mil pessoas já trabalhavam no mercado.  “Les filles au diable” ao pé da Igreja de Saint-Eustache foi a primeira foto de Robert Doisneau no quartier em 1933. Foi amor à primeira vista e ele foi fiel ao bairro durante 40 anos e pode registrar e perceber as evoluções negativas sobre o lugar. O fotógrafo já fazia parte daquele ambiente que era tão acolhedor e simpático. As pessoas vinham até ele porque as suas fotos tinham uma ternura vinda do olhar do fotógrafo apaixonado pelo que fazia e traduziam a alegria de uma época.

Durante os anos 60, o Les Halles começaram a ser ameaçados pela inadaptação à vida moderna: um espaço muito limitado em relação à demanda de uma capital em expansão, insalubridade entre outros motivos. Robert Doisneau revoltado e inquieto com o futuro de Les Halles começou a ir com mais freqüência ao local para tudo ver, tudo viver e tudo fotografar. Além das pessoas e o seu dia-a-dia, fotografava e vivia intensamente esse ambiente. A luz não era boa, a movimentação de carga e descarga, caminhões e carregadores eram intensas, mas tudo tinha que ser registrado à exaustão porque logo iria desaparecer.

O olhar do fotógrafo, estético e sociológico, se tornou um relato histórico. Ele registrou tudo, os pavilhões Baltard e a sua magnífica arquitetura metálica, logo depois, todas as fases da sua destruição em 1971. Essas imagens se tornaram testemunhas preciosas de um pedaço da história da vida parisiense e de um patrimônio que desapareceu.  
A exposição está no Hotel de Ville até dia 28 de abril de 2012 e a entrada é gratuita.  

Hôtel de Ville. 29, rue de Rivoli 75004 Paris
Horário: 10 às 19h









sábado, 18 de fevereiro de 2012

Terraço do IMA + Noura Le Zyriab

 Hoje no Brasil é o grande fim de semana do carnaval. Por esses lados não ouvimos nem um batuque sequer. Até porque, se tivesse, não seria tão autêntico assim. Então o melhor a fazer é curtir o silêncio francês e desfrutar de uma bela paisagem de Paris. Para sair do lugar comum, uma boa opção é visitar o terraço do IMA – Instituto do Mundo Árabe. Sobre um terreno à beira do Sena, foi construído – no início dos anos 70 - um grande prédio que teve o projeto criado pelo renomado arquiteto Jean Nouvel e o coletivo de arquitetos Gilbert Lezenes, Pierre Soria e Architecture Studio. Um lugar único pela modernidade de sua arquitetura. Uma síntese alegórica entre as concepções arquitetônicas do Oriente e do Ocidente. A aparência é absolutamente moderna com vidros e alumínio, mas de perto percebemos que uma série de elementos da tradição oriental foi inserida de uma maneira inovadora. Mosaicos com mecanismos eletrônicos são reajustados todas as horas para se adaptar a luminosidade exterior e criar um jogo de luz no interior do prédio. Impressionante!
 A idéia de criar em Paris um Instituto do Mundo Árabe veio da vontade de reunir em um só lugar a cultura da civilização árabe-muçulmana e poder assim mostrá-la ao Ocidente. Esse projeto foi realizado através de um acordo entre a França e 22 países árabes que permitiram a criação dessa instituição. No IMA você vai encontrar uma grande biblioteca, uma agenda eventos recheada de palestras, exposições e shows. O restaurante Noura Le Zyriab tem as especialidades árabes, é claro!!! Mas a vista do terraço é um cartão postal. Imperdível! Se quiser, pode ir até lá apenas para tirar uma foto, sem pagar nada!

Institut du Monde Arabe. 1, rue des Fossés Saint Bernard 75005 Paris tel. 01 40 51 38 38