Silencio, um lugar secreto e um pouco misterioso. O diretor americano David Lynch inaugurou no fim de 2011 o seu nightclub em Paris, uma homenagem ao seu filme Mulholland Drive de 2001. Lynch ama Paris e vem regularmente trabalhar no seu atelier em Montparnasse. Mas queria criar um club privê como nenhum outro. Silencio é a realização da imaginação de David Lynch para uma experiência única.
A porta de entrada é preta e sem nenhuma indicação do que acontece por ali. Descemos até o segundo subsolo para entrar em uma fila de caves com tapetes com folhas douradas. Os ambientes se sucedem sobre 700m2. Passamos por uma biblioteca-livraria até um bar dourado, onde descobrimos as antigas estruturas metálicas Eiffel. Depois vemos a área de shows - o palco – contornada com um arco preto e dourado e a pista de dança. Nos imaginamos em um décor de um filme de Hollywood. Logo em seguida, a sala de projeção com 24 lugares e poltronas ergométricas também idealizadas por Lynch. O fumoir preenchido com hastes verticais iluminadas por fibras óticas e para terminar, uma grande sala de água com jogo de espelhos que fecha o circuito. Todos os elementos de decoração, em particular o mobiliário, foram idealizados por Lynch e editados por Domeau & Pérès: formas geométricas e cores suaves para as poltronas e uma iluminação bem cool.
Como o próprio nome diz, para entrar no club privê de 18h às 23h precisa ser um sócio ou um convidado especial. Os membros do clube pertencem a “comunidade criativa parisiense” (afff....) e podem ver um filme, assistir um show particular ou até uma performance. A partir das 23 horas, o público - selecionado na porta – vem tomar um drink, beliscar alguma coisa e dançar entre os 300 clubbers privilegiados. O cartão de sócio custa 125 euros por mês, que são 1500 euros por ano, para te permitir a entrada e ainda passar por um crivo de aprovação de sócio.
Silencio. 142, rue Montmartre 75002
Detalhe: esse endereço é mítico em Paris. O local é recheado de história, era ali que eram impressos os mais influentes jornais de esquerda da França, como o L’Humanité e o L’Aurore. Foi ali que Emile Zola imprimia os seus artigos, inclusive o tão famoso “J’accuse”, em 1898 e que o político socialista francês Jean Jaurès foi assassinado justamente do outro lado da rua em 1914. Dizem que o célebre dramaturgo francês do século 17, Molière, também teria sido enterrado ali
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