Segundo
especialistas do assunto, o sanduíche da estação será o hot dog, ou melhor, o nosso cachorro quente. Por quê?! Porque
segundo esses mesmos especialistas ele é a perfeita tradução da simplicidade
culinária reconfortante. Traduzindo: ele é fácil de fazer e deixa todo mundo
feliz! Como? O cachorro quente clássico é delicioso mas ele fica “branché” quando é reinventado por algum
chef estrelado. Depois de algum tempo o cachorro quente vem sendo um dos sanduíches
mais requisitados de alguns lugares super “branchês” de Paris.
Serge
Padovano apostou todas as suas fichas no cachorro quente quando trouxe para a
França o conceito inovador do Manhattan’s Hot Dog com a carrocinha metalizada e
tudo! Uma filosofia completamente oposta da francesa. Diferente também são os
ingredientes da salsicha, do pão e dos acompanhamentos. Salsicha de carne,
mostarda adocicada, pickles, cheddar e cebolas para finalizar. Thierry Marx, o
chefe do sofisticado Mandarin Oriental também ama esse gosto americano e diz
que a primeira coisa que faz quando chega a NY é comer um “chien chaud”.
Lembrando que
essa nova tendência parisiense é uma volta às origens culinárias. O “chien
chaud”, cachorro quente em francês, é um produto europeu. Hoje o cachorro
quente um dos sanduíches mais consumidos pelos americanos, nasceu lá, mas o seu
ingrediente principal – a salsicha- era importada. Podia ser à base de carne ou
de porco, a salsicha de Frankfurt era vendida nas ruas da Big Apple por imigrantes recém desembarcados do “velho
continente”, a Europa. Para facilitar,
colocaram a salsicha envolta em um pão: assim nasceu o cachorro quente. O
açougueiro alemão Charles Feltman abriu o seu primeiro corner na Coney Island por volta de 1870 e fez fortunas. Alguns
anos mais tarde, ele foi destronado por um de seus antigos empregados, Nathan
Handwerker que abriu o Nathans Famous, até hoje uma referência americana, ou
até mundial, do cachorro quente.
Se o hot-dog cresceu no Brooklyn, hoje
encontramos muitas variações dessa receita “new-yorkaise” por aqui. Claro que
não vamos falar sobre a “demi-baguette-saucisse-fromage” que se vendia há uns
tempos atrás nas boulangeries francesas. Hoje serão três dicas de “chien
chaud”. O primeiro fica em uma pequena loja inaugurada no último verão bem no meio de bares descolados da rue
Faubourg-Saint-Denis, a Hutch Hot Dog House e HHH para os íntimos. Ali pertinho
fica o Little Fernand, o irmão mais novo do Big Fernand especializado nos
burgers. Todos os ingredientes são artesanais como a mostarda, o queijo de
cabra e por ai vai.
Os grandes chefs também apostam nessa nova
tendência. O primeiro na França a tentar essa variação gastronômica – o
cachorro quente com pedigree foi Thierry Marx, no fim dos anos 90 com uma
salsicha de chevreuil (ovas!), mostarda
americana e cebolas fritas, tudo servido em um pão brioche salgado no salão
super chique do seu restaurante de Cordeillan-Bages, um Relais Chateau.
Mas o hot-dog que está dando o que falar e,
chegou até nas páginas do New York Times este ano, foi o do chef
Yannick Alléno. Ideal para se degustar no balcão do seu mais novo restaurante o
Terroir Parisien. A salsicha de vitela que vem acompanhada do molho “gribiche”
- à base de maionese e ovos- é servida dentro de uma baguete branca te abre as
portas para novos horizontes....... que permitem facilmente imaginar que a
França adotará muitos outros cachorros quentes nesse inverno.
Terroir Parisien.
20, rue Saint Victor 75005 Paris 01 44 31 54 54
www.yannick-alleno.com/carnet/terroir-parisien